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domingo, 5 de outubro de 2014

Inconcebível

05 de Setembro de 2014

Carícias brutas, de todo impensadas
O desejo que lhe toma a boca.
Entre teus lábios, teus suores, tuas peles,
Toda a alma se faz louca.
A fome que me anseia lhe apetece como a mordida que se tece.
Nas rubras marcas dessa pele amarga
Repousam o afago de um suspiro intercalado,
nunca antes imaginado, antes dessa penumbra que se veste.
Beijos quentes, almas vazias...
O desejo é tanto que cercam as bocas que foram minhas, tuas e tias...
Da saliva corrente a vontade faz jorrar,
Desses corpos ausentes que da cama faz gritar.
Recomponha-se devaneio meu!
Que de todo pranto me faz desejar o inconcebível, mas pra quem?
O corpo a língua passeia, o ouvido se faz mordida,
a mão se faz inteira percorrendo a barriga tua e minha.
De sorrisos faceiros, olhos dormentes,
O suor que escorre entre os teus loucos entes
projeta-me entre as paredes desse lado escuro do quarto.
Coloco-te de quatro, sem pensar no ato.
permeio a indecisão desse ambígua posição.
Tapa veio, gemido sendo, grito correndo, amores sedentos, mas...
Veio a tona a marca do bandido,
primeiro marco de uma noite de roubos meus.
Tudo termina ao alvorecer, mas enquanto isso,
Sejamos nós a sós entre os nós dos desapegos.

- Douglas Marques -