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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Entre lobos

17 de maio de 2010

Mais uma vez me perco no paradigma da verdade, tentar ser melhor é ser pior para os outros. Quanto mais tento acertar, mais sou chamado de errado. Um conselho amigo em bocas tortas torná-se uma sentença de escárnio. Pobres e amargurados os ouvidos dos que ouvem os ruídos do mundo, sofrem com esse som infernal que lhe acomete em desespero e dor. Sons mudos, gritos silenciosos, ecos do medo que segue sua alma vazia.

Em uma batalha me coloco, meu inimigo está mais perto do que eu imagino, ele lê cada pensamento meu, ouvi cada palavra que sai de minha boca, senti tudo o que eu queria esconder. Essa luta sem início nem fim me acomete a puros devaneios, cercados por pessoas que me julgam, não me entendem, não sou vítima, nem sou vilão, apenas um peão nesse tabuleiro comandado pelo tempo e o pensamento.

Me perdi mais uma vez no abismo da verdade, tento ser verdadeiro, mas os outros me interpretam como falso. Temos que aprender a ficar calados, pois cada mente é um mundo, mundos que se inter-relacionam. A verdade em um mundo é mentira em outro. Temos que saber em qual desses mundos podemos ser verdadeiramente quem somos, mas como saber disso?

Um sorriso amigo pode esconder as navalhas que se abatem em seu interior, rasgando sua carne com a lâmina fria da inconsciência. Aqueles que não sabem distinguir um conselho amigo de uma crítica insensata, não enxergam verdadeiramente o mundo ao seu redor, mas sim os altos muros que rodeiam sua limitada faixa de pensamento.

Me fecho novamente em meu mundo, tento deixar os outros mundos e suas opiniões de lado, seguirei minha rota por entre o espaço de dúvidas que cerca meu caminho, enquanto tento fazer de minhas palavras o silêncio que passa sobre tudo.

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