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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Pensamentos de outrora

Nunca tive saudade do passado, nem do que não aconteceu...
Nunca tive medo de que meus segredos fossem revelados, mas que não fosse eu ao revelá-los.
Nunca sonhei acordado, já que nunca dormi. Nunca respirei outra coisa que não morte e ao mesmo tempo nunca me senti tão vivo.
Nunca recuperei os desejos perdidos, nem desejo recuperar.
Sinto falta do futuro, se é que isto é possível.
Este pertence ao meu passado da mesma maneira que meu presente pertence ao seu.
Tudo volta, apenas sobre uma nova ótica, um novo contexto.
Que pena que meu contexto não é o mesmo, para que assim possa revivê-lo com mais intensidade.
Agora o que me resta são os desandares vagarosos de meus sapatos.
Tortuosos e sem jeito, estes vão retirando minhas marcas do presente e se perdem nos caminhos que ainda não andei.
Devaneios doces às tardes de sexta entre os tempos...

- DM - 19.09.2014

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