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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Pensamentos de outrora

Nunca tive saudade do passado, nem do que não aconteceu...
Nunca tive medo de que meus segredos fossem revelados, mas que não fosse eu ao revelá-los.
Nunca sonhei acordado, já que nunca dormi. Nunca respirei outra coisa que não morte e ao mesmo tempo nunca me senti tão vivo.
Nunca recuperei os desejos perdidos, nem desejo recuperar.
Sinto falta do futuro, se é que isto é possível.
Este pertence ao meu passado da mesma maneira que meu presente pertence ao seu.
Tudo volta, apenas sobre uma nova ótica, um novo contexto.
Que pena que meu contexto não é o mesmo, para que assim possa revivê-lo com mais intensidade.
Agora o que me resta são os desandares vagarosos de meus sapatos.
Tortuosos e sem jeito, estes vão retirando minhas marcas do presente e se perdem nos caminhos que ainda não andei.
Devaneios doces às tardes de sexta entre os tempos...

- DM - 19.09.2014

sábado, 13 de setembro de 2014

Nunca soube o que é dor

Nunca soube o que é dor. Nunca reparei no que é a dor.
As dores que senti ao longo dos anos foram meras ilusões.
Sensações que gostam de fingir... dissimular... persuadir...
"Nunca soube o que é dor", disse para si mesmo o mestre do campanário. Ornado de graça e ânsia, se dispusera a trabalhar quando tal pensamento lhe veio a mente. Não se sabe o por quê, nem pra quê, este apenas veio.
Dialogando consigo mesmo sobre os males da vida, seguiu sua rotina de afazeres ludibriantes e enfadonhos. "Se nunca senti dor, como posso dizer que sou realmente humano?", "Como pode um homem, em toda a sua pomposidade e senso, não ter experimentado tal sensação?".
Nunca soube o que é dor... até este momento

- DM - 13.09.14